1.Quem é você? E qual a sua formação?
Eu sou Marlons Francys dos Santos, tenho 33 anos, atuo como analista de sistemas sênior na Coamo Agroindustrial Cooperativa desde 2013.
Sou formado em Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistema (2013) pelo Centro Universitário Integrado (CEI – Campo Mourão – Paraná), sou Mestre em Inovações Tecnológicas (2019) pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR – Campus Campo Mourão) com o projeto Software para quantificação via imagens digitais: determinação do teor de clorofila em óleo de soja.
2. Afinal de contas, o que é Low Code?
Low Code é um termo criado em 2014 para evidenciar as plataformas de desenvolvimento de software baseadas em GUI (Graphical User Interface), ou simplesmente uma plataforma visual de desenvolvimento que por meio de interfaces gráficas e drag-and-drop (arrastar e soltar), busca tornar mais fácil e rápido a construção de soluções, em comparação ao método tradicional de codificação, por meio do menor uso de código possível para criar uma solução.
Esse tipo de ferramenta eliminou a necessidade de criar estruturas, vincular diferentes bancos de dados e as demais tarefas necessárias para codificação de software.
A principal proposta de Low Code é que por meio das facilidades apresentadas, até mesmo pessoas sem conhecimento de codificação podem desenvolver utilizando as ferramentas.
Recentemente a Consultoria Gartner https://www.forbes.com/sites/ilkerkoksal/2020/04/29/the-rise-of-low-code-app-development/?sh=6651c5036807 estimou que 65% ou mais dos softwares serão desenvolvidos a partir dessa plataforma até em 2024.
3. Quais são os recursos de desenvolvimento que as plataformas Low Code possuem?
Como eu disse anteriormente, Low Code é funcionalmente diferente da programação tradicional. E por meio das facilidades que ela oferece, os recursos que podemos destacar são:
- Interfaces de arrastar e soltar: que é uma interface fácil e intuitiva, onde os módulos são arrastados e soltos no local desejado, tornando o processo de codificação “quase” desnecessário para funcionar.
- Também posso mencionar a Modelagem visual, por meio de uma representação visual o desenvolvedor é guiado, facilitando o processo de desenvolvimento.
- E também Segurança e escalabilidade, já que a plataforma facilita a criação de um software seguro e escalável.
4. Quais são as vantagens do desenvolvimento em Low Code?
Dentre as principais vantagens, é possível destacar:
- Desenvolvimento acelerado devido ao menor número de linhas de código o que possibilita encurtar os ciclos de desenvolvimento.
- Aumento de produtividade que está diretamente ligada ao ponto anterior (quanto menor o tempo necessário, menor é o custo de desenvolvimento).
- Alterações em menor período de tempo
- Melhor experiência para clientes.
Todas estas vantagens estão interligadas, e por meio delas é que a experiência do cliente (usuário) melhora, porque sobrando tempo em outras atividades é possível que os desenvolvedores otimizem funcionalidades, aprimorem interfaces e refinem ao máximo a experiência dos usuários.
5. Mas, e quais as desvantagens da utilização de Low Code?
Apesar de todas as vantagens apresentadas, toda busca por simplificação possui um lado negativo e eu visualizo que as desvantagens apresentadas pelas plataformas, são fatores relevantes para que empresas não optem por sua adoção.
Dentre elas destaco:
• Baixa Customização: ainda é baixo o grau de personalização embutido nas plataformas.
• Escalabilidade: mesmo com todas as facilidades a capacidade de otimizar performance em software low code ainda é muito raso.
• Integração limitada: apresenta uma grande dificuldade para integração, e com isso pode ocorrer que as equipes gastem um bom tempo para tentar solucionar esse tipo de problema.
• Falta de controle sobre segurança: este é um ponto interligado a baixa customização, visto que pode impedir das equipes utilizarem soluções mais robustas de cibersegurança.
6. Na sua opinião Low Code é o futuro do desenvolvimento?
Não. Low Code atende algumas demandas, mas conforme demonstrado os problemas que essa plataforma resolve não atende todas as demandas. Se alguém me perguntar se vale a pena deixar de estudar alguma área de programação para estudar Low Code, a minha resposta é a seguinte: se você tem uma demanda para isso e tem interesse, vai lá. Mas o melhor conselho que eu poderia dar seria o seguinte: estude Low Code e aprenda desenvolvimento, até mesmo porque uma não depende da outra.
7. Então, quando o Low Code vale a pena?
Uma das premissas do Low Code é fazer mais em menos tempo.
Pensando em competitividade, é possível entregar um MVP enquanto a concorrência está iniciando a implementação. Por outro lado, é preciso entender que nem sempre será capaz de atender uma demanda utilizando-a.
De posse dessas informações tenha em mente que, de acordo com as desvantagens mencionadas, é necessário avaliar muito bem antes de tomar qualquer decisão sobre a sua utilização, estude bem, compare as opções para não cometer um equívoco.
Pois é possível que ao invés de ganhar tempo, a equipe acabe gastando mais tentando adaptar a plataforma.
Ou então, utilize Low Code para aumentar a capacidade produtiva da equipe, por exemplo um designer UX auxiliando na construção de front-end, ou então um DEV back-end, auxiliando na prototipação.
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Ew Sistemas TI.