1) Um resumo profissional sobre você.

Assessora Master da Divisão de Inovação e Open Banking da BB Tecnologia a Serviços.

Trabalho com TI há mais de 15 anos, atuo com o relacionamento de startups, agentes externos e internos para fomentar a melhoria incremental e Disruptiva produtos, realizo o planejamento e execução de programas de inovação, trabalho com a mudança de mindset e transformação digital. Formada em Segurança da informação, com especializações em Teste de Software, Gestão de Projetos de TI, UX Design e atualmente faço uma especialização em Growth Hacking. Tenho certificações em Scrum, Kanban, UX, Desing Thinking e Lean Inception.

2) A pandemia abriu um novo horizonte para acelerar o processo de Transformação Digital e Inovação, como você avalia esse período?

As empresas tiveram que se adaptar muito rapidamente ao meio digital, além do ambiente remoto que foi algo necessário e urgente, outros processos tiveram que ser ajustados para essa nova realidade, como a forma de comunicação com a equipe, fornecedores e clientes, esse é um exemplo onde a inovação não está necessariamente atrelado a tecnologia, foi preciso fazer diferente e ser reinventar para que as reuniões e negociações fluíssem tanto quanto eram realizadas no modo presencial. Muitas empresas já estavam preparadas com ferramentas para trabalhem de forma remota, outras tiveram que começar do zero e esse processo foi mais doloroso.

3) Mas o que é inovação afinal?

Quando se fala no assunto as pessoas já relaciona inovação como algo genial que nunca havia se pensado antes e que só é feito só por especialistas que passam horas e horas estudando sobre um assunto para criar uma tese. Essa ideia está completamente equivocada! A inovação é tudo aquilo que gera valor e resultados para a empresa, seja ela uma melhoria incremental, algo totalmente novo, o emprego de uma nova tecnologia ou um diferencial dentro de um processo que resulte em algum benefício.

4) Hoje na internet conseguimos resposta para quase tudo que precisamos. Como ter boas ideias para gerar inovação?

O processo inovativo é contínuo, sempre tem o que ser melhorado, pois o hábito do usuário muda e as necessidades mudam também. Hoje existem técnicas disponíveis no mercado para aumentar nosso processo criativo e gerar boas ideias, como é o caso do Design Thinking criada pela IDEO nos anos 90, segundo Tim Brown, autor do livro Change by Design e um dos fundadores dessa técnica o “Design thinking é uma abordagem antropocêntrica para inovação que usa ferramentas dos designers para integrar as necessidades das pessoas, as possibilidades da tecnologia e os requisitos para o sucesso dos negócios”.

5) Como funciona o Design Thinking?

Essa abordagem tem como premissa a colaboração, empatia e experimentação, em resumo é ela dividida em 04 etapas que são a Imersão (é necessário pesquisar tudo o que envolve e afeta a empresa e seus usuários), Ideação (o brainstorming é uma ferramenta poderosa para colocar para fora tudo aquilo que se imagina como inovador para resolver o problema), Protipação (para validar se a ideia é viável a ideia, isso reduz falhas e gera economia) e por último a Implementação (colocar a ideia em funcionamento). É incrível como a partir desse processo é construído soluções que resultam em melhoria para produto, no início das etapas tudo parece obscuro e poucos acreditam que vai funcionar, mas com o desenvolvimento e aplicação das técnicas tudo se torna claro, leve e as ideias brotam, entre essas fases há um processo de divergir e convergir as ideias para filtrar o que pode seguir adiante.

6) Tem algum gatilho para fazer “brotar essas ideias”, como já foi dito antes, inovar parece coisa de nerds?

Existem sim, dentro de cada etapa do Design Thinking são utilizadas técnicas para estimular o processo criativo, como o brainstorming, canvas, matrizes e muitas dinâmicas, umas das que uso nas oficinas que facilito é o desafio do Marshmallow, uma atividade na qual os participantes precisam, em equipe, construir uma torre com fios de espaguete, barbante, fitas adesivas e um marshmallow, ganha quem construir a torre mais alta e fazer com que ela fique de pé por mais tempo. Parece uma brincadeira, mas estímulos como esse potencializa o poder de co-criação e da imaginação. O Design Thinking não é uma receita de bolo, ele possui mais de uma centena de técnicas que devem ser avaliadas para a aplicabilidade do que se deseja alcançar, ou seja, cada caso deve ser estudo para empregar a técnica certa.

7) Quando estávamos no presencial via-se muito post-its pregados em paredes, um ambiente mais descontraído e propicio para criatividade, o que mudou no ambiente remoto? É possível fazer uma oficina de Design Thinking totalmente digital?

Hoje existe várias ferramentas para co-criação colaborativa, como exemplo o Miro e Mural que possibilita até simular uma parede com post-it, isso facilita muito o processo de geração de ideias, e não teve perdas sendo feita de forma remoto, o ganho foi ainda maior, pois permitiu pessoas de diferentes lugares participarem e colaborarem para a busca de soluções. Ferramentas do dia a dia, como o Power Point, Word também podem ser utilizadas para colaboração para quem não conhece o mural digital. As dinâmicas de grupo precisaram passar por um foco mais digital, mas nem por isso deixaram de ter a mesma eficiência de quando eram feitas presencialmente.

8) Você diria que a Transformação Digital acelerou nesses últimos tempos?

Se antes as tecnologias aceleravam diariamente, hoje digo que se inova a cada segundo, e é isso não é só uma exigência do mercado onde a concorrência é dura, passou a ser também uma exigência do usuário que quer uma melhor experiência com o produto, quer facilidades e qualidade naquilo que ele está adquirindo e usando.

9) Para finalizar você pode citar uma tecnologia que veio para inovar e pode ser utilizada como melhoria dentro de uma organização?

A frase de Clive Humby onde ele fala que “dados são o novo petróleo” retrata bem o que falamos sobre inovação, ideia e criatividade. O dado em si não traz resultado, mas a forma como você a usa gera valor e ganho para a empresa, por isso cito aqui a Inteligência Artificial, com o uso de Machine Learning, Deep Learning e Speech Analytics, entre outros, essas tecnologias têm um alto poder de inovação para tomada de decisão e agilidade nos processos, mas deve ser definido bem como serão empregadas. A ideia por si só não traz inovação, somente depois de ser implementada e trazer resultado é que será considerada inovativa.  

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Ew Sistemas TI.