Jady Pâmella, graduada em Sistemas de Informação, com Pós-Graduação em Análise de Dados, Pós-Graduação em Gestão de Tecnologia da Informação na Administração Pública, MBA Executivo Internacional em Gerenciamento de Projetos e MBA em Gestão da Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo. Atualmente é Analista Tecnológica Júnior no Banco de Brasília (BRB), atuando em projetos de Inteligência Artificial.

Fale um pouco sobre sua formação e suas especializações contribuíram para o seu aperfeiçoamento e desenvolvimento profissional.

Atuo na área de TI desde os 12 anos de idade. Fiz dois cursos técnicos, uma graduação, duas pós-graduações, dois MBAs na área de tecnologia e inovação e possuo 5 certificações. Hoje, a minha área de interesse é a Inteligência Artificial. Diria que cada uma dessas formações foram fundamentais para o meu desenvolvimento profissional. A área de TI está em constante evolução e nós precisamos acompanhar. Não importa o quanto a gente estude, sempre haverá algo novo para aprender e isso é fantástico.

Que motivações você teve para escolher estudar a graduação na área de TI?

Eu queria fazer a diferença no mundo e acredito que escolhi a área certa. Sem contar, claro, com os benefícios que a tecnologia traz: a liberdade de trabalhar em qualquer lugar, salários atrativos e a habilidade de resolver problemas complexos.

Você publicou no LinkedIN sua participação em um projeto do Banco de Brasília na área de Inteligência Artificial (IA). Qual é a sua experiência com Inteligência Artificial e como aplicou esses conhecimentos nos projetos atuais?

Antes do projeto, minha experiência com Inteligência Artificial era puramente acadêmica. Poder colocar em prática tudo que aprendi foi muito recompensador e estimulante. Principalmente, porque a gente aprende o propósito de todos os modelos e como eles funcionam, mas, é somente na prática que realmente entendemos como eles podem ser o diferencial que o negócio precisa.

Como você mantém-se atualizada sobre as últimas tendências e desenvolvimentos em IA?

A área de Inteligência Artificial é uma das áreas que mais se desenvolve atualmente. Todo dia é uma novidade. Algumas mais chamativas que outras, tais como, o ChatGPT. Por ser uma área que causa muito fascínio a gente pensa ser capaz de fazer qualquer coisa com a IA. Não deixa de ser verdade, mas ainda estamos longe do que costumamos ver nos filmes e séries. Então, é difícil vislumbrar até onde a tecnologia que temos desenvolvida hoje pode nos levar. Para me manter atualizada, procuro ler notícias e atualizações dos frameworks que mais uso. Agora, uma dica para quem realmente quer saber tudo sobre o estado da arte da área é acompanhar os periódicos lançados por grandes revistas e conferências acadêmicas.

Qual foi o maior desafio que você enfrentou ao trabalhar com IA e como o superou?

O maior desafio é justamente encontrar a solução certa para a necessidade de negócio que estamos tentando atender. Diante de tanta inovação e mudança em pouco espaço de tempo, às vezes é difícil focar e encontrar a solução que melhor atende o cliente, com o menor custo e no menor prazo de implementação. Então, é preciso confiar nos conhecimentos de base da inteligência artificial e priorizar alguns recursos consolidados no mercado com foco no resultado que queremos alcançar. A inovação é fundamental e é um dos pilares para uma empresa se manter na vanguarda nos dias de hoje, entretanto, devemos sempre estar orientados ao objetivo do negócio e do cliente final. Balancear essas duas frentes é um desafio bastante complexo.

Quais são as principais habilidades que você possui que colaboraram para a sua atuação profissional na área de IA?

O profissional da área de Inteligência Artificial precisa se atentar a uma tríade de conhecimentos: programação, estatística e negócio. Não adianta se especializar em apenas um deles, temos que entender suficientemente dos três e essa tarefa pode ser bastante desafiadora, mas, se você é curioso e gosta de aprender está na área certa. Além disso, não só de capacidade técnica vive o profissional de TI, as habilidades da moda e que realmente fazem a diferença na nossa carreira são as chamadas soft skills, as quais não podemos, de forma alguma, negligenciar. Por último, entender e falar o idioma inglês é fundamental caso você queira expandir os seus horizontes e trabalhar em qualquer lugar do mundo.

Como ocorre o processo de implementação de soluções de IA nos projetos de negócios?

O cliente geralmente tem uma vaga ideia do que ele quer. Cabe ao profissional indagar e levantar os requisitos para encontrar a solução que o cliente realmente precisa. Depois disso, é necessário fazer um trabalho elaborado e aguçado de benchmarking, encontrando as melhores soluções do mercado e identificando aquela que melhor atende a necessidade do cliente. Na maioria das vezes, ainda é necessário personalizar a solução para realidade do cliente. Focar no resultado final que faz o diferencial para o negócio sem se perder no universo da tecnologia é um grande desafio o qual o profissional vai precisar ficar atento. Afinal, ao cliente não interessa muito a solução escolhida, mas sim, o custo e o resultado que ela trará como retorno de investimento.

Como o profissional de IA gerencia o processo de tomada de decisão, especialmente em situações em que os dados podem ser limitados ou imprecisos?

A melhor alternativa é sempre não usar dados limitados ou imprecisos para não deixar o seu modelo enviesado. Entretanto, caso não seja possível, existem algumas técnicas que podem auxiliar no tratamento desses dados. Como, por exemplo, a substituição de dados vazios pela média dos outros dados. Tudo irá depender do conjunto de dados que estamos avaliando.

Atualmente há uma preocupação com a questão da ética na implementação de IA em projetos, como as falhas nos sistemas de reconhecimento facial. Você já lidou com algo parecido? Já formou alguma opinião a respeito desse problema?

Nunca atuei diretamente com nenhum problema real relacionado às questões éticas, no entanto, elas são bem fundamentadas e difundidas na área de Inteligência Artificial. Entendo que a tecnologia pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal, depende de quem a está usando. Independentemente do governo ou empresas, aqui no Brasil, a LGPD nos legitima como donos dos nossos dados e devemos escolher bem para quem e com qual propósito estamos compartilhando os nossos dados.

Que dicas você poderia compartilhar com os profissionais de TI que desejam migrar para a área de Inteligência Artificial?

Estudem estatística antes. Entender como funcionam os modelos estatísticos irá facilitar bastante o seu trabalho na área. Além disso, não parem de se aprimorar nunca, principalmente na área de Inteligência Artificial que, a cada dia, surge uma ideia nova, uma estratégia nova ou uma verdadeira revolução na forma como faremos as coisas no futuro. O desafio é grande, mas recompensador. Arrumem seus LinkedIns e vamos para o jogo!

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Ew Sistemas TI.