1. Qual a sua formação?
Sou formado em Desenho Industrial pela Universidade de Brasília (UnB). Acabei me formando nas duas habilitações do curso. A primeira no ano de 2008, Programação Visual que explora o universo do Design Gráfico, editorial e digital; a segunda habilitação no ano seguinte, Projeto de Produto que explora a construção de produtos físicos. Além disso, fiz pós-graduação em design no IESB/Instituto Europeo di Design (IED).
2. Você considera que cursar Design na UnB foi um diferencial?
Com certeza, o curso de Design é muito completo e pautado em pesquisa com foco no usuário. Você consegue desenvolver essas habilidades e passar por todos os pontos do processo de design. Graças à UnB, hoje eu tenho uma base muito sólida de pesquisa e ferramentas de análise do mercado e do usuário.
3. O que é preciso para ser um designer de produtos digitais?
Principalmente ser criativo e curioso sobre as coisas. A disciplina Design é formada por conhecimentos de diversas outras áreas, psicologia, artes e comunicação são algumas delas. Então, é preciso ter curiosidade para se aprofundar nesses conhecimentos, conhecer sobre o comportamento humano, sobre como as pessoas interagem com os objetos e com as interfaces digitais no dia a dia e, claro, ter criatividade para criar soluções que resolvam o problema do usuário de forma simples e atraente.
4. Como você enxerga o mercado de UI/UX Design?
Atualmente, estamos vivendo um “Boom” de procura por profissionais dessa área, o que é muito bom. As empresas estão entendendo o valor desse tipo de profissional e os benefícios que eles podem trazer para a criação de produtos mais alinhados aos anseios dos usuários. Há cada vez mais vagas disponíveis, porém ainda faltam profissionais qualificados, uma oportunidade para quem se interessa pela área e gostaria de mudar de carreira. Agora um ponto negativo que eu vejo também são os inúmeros cursos prometendo transformar a pessoa em UX designer do dia para noite, tem muito picareta ganhando dinheiro ensinando o básico do básico.
5. Qual foi o seu maior desafio na carreira?
Tentar aplicar processos de design em uma empresa que não possui maturidade em UX e permanece com a visão de que o design é a ponta da esteira de desenvolvimento e só se aplica para “maquiar” o produto. Trabalhar em ambientes com essa cultura é como remar contra a correnteza, fica difícl sair do lugar.
6. Como é atuar dentro de uma instituição grande como o Banco do Brasil?
Posso dizer que me surpreendi. O Banco do Brasil é uma empresa centenária e com isso carrega consigo um legado grande e enraizado de processos e procedimentos antigos que mudam de forma muito lenta, mas vendo o tamanho da área de User Experience e a sua organização, posso dizer que estão no caminho certo. Além disso, tive a sorte de cair em um projeto apartado das amarras do banco, um produto novo e isso colaborou muito para que eu pudesse aplicar processos modernos centrados no usuário.
7. Como você enxerga a maturidade das empresas brasileiras na área de Experiência do Usuário (UX)?
No Brasil, fora as Startups que já nascem incorporando uma cultura de design desde a criação, a maioria das empresas ainda não sabem muito bem o que é UX e para que serve. Vejo muitas empresas buscando esse tipo de profissional porque os outros estão buscando e não querem ficar para trás. Quando o profissional entra na empresa descobre que não existe maturidade nenhuma e que os líderes e gerentes sequer estão dispostos a dar abertura para essa mudança de processo e de cultura. Por outro lado, olhando de forma otimista, a contratação de um Designer de produto já é um grande passo para essa empresa evoluir na sua percepção sobre UX, contanto que os Stakeholders também estejam dispostos a abraçar essa mudança.
8. Como inserir o processo de design no modelo ágil?
Atualmente a grande maioria, senão todas as empresas, adota o modelo ágil para desenvolver seus produtos. Dessa forma, é muito importante que as empresas entendam o processo de design e o tempo que leva para realizar suas atividades e faça as customizações necessárias na metodologia para que, principalmente, o processo de pesquisa não fique prejudicado. A melhor forma que tenho atuado em alguns projetos é sempre estar uma ou duas sprints a frente do time de desenvolvimento, claro que em alguns momentos é preciso realizar algumas atividades da sprint corrente, mas na maioria do tempo a atuação é junto com o P.O. e o líder refinando e realizando os testes e validações nos protótipos do produto.
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Ew Sistemas TI.