1)Rodrigo, conte-nos um pouco sobre quem você é e sobre sua formação.
Eu sou o Rodrigo Hagstrom, 42 anos, pai de uma linda menina, Vitória. Analista e Cientista de Dados e Professor em Computação, Sistemas de Informação, Ciência de Dados e Inteligência Artificial. Minha Graduação foi em Licenciatura em Computação, pela Universidade de Brasília (UnB), onde também cursei meu Mestrado em Computação Aplicada. Tive a oportunidade de também realizar uma Pós-Graduação Lato Sensu em Engenharia de Sistemas. Finalmente, ingressei no Doutorado em Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP), o qual estou cursando.
2) Observando sua história educacional e profissional vemos sempre essa ligação com a Educação e com a Academia, mas ao mesmo tempo, desenvolvendo uma carreira fora do Professorado. Pode nos falar um pouco mais de sua história? Como essa carreira realmente começou?
Claro. De fato sempre desejei atuar como Professor desde muito jovem. Quando garoto eu desejava ser Professor de Física ou Astronomia. A empregabilidade na cidade onde eu vivia, Brasília, acabou me direcionando mais a cursar Computação. Por vários motivos acabei me formando em Licenciatura em Computação, um curso que me permitiria atuar como Professor mas que também me permitiria atuar como Profissional de Tecnologia da Informação (TI).
3) Certo. E como um Profissional de TI, como se iniciou sua história?
Minha carreira em TI começou antes de eu me formar. Inicialmente atuei mais com Infraestrutura, Redes, Telecomunicações, etc. Acabei atuando muito em áreas administrativas também. Eu fui servidor público até relativamente pouco tempo atrás, atuando na Agência Nacional e Telecomunicações (ANATEL) e Presidência da República. Paralelamente, desenvolvia minha carreira de Professor, também na área de TI.
4) Mas e a área de Dados? Como começou a atuar nela?
Foi em minha vida acadêmica, mais acentuadamente nas Pós-Graduações, que tive os primeiros contatos com a área de Dados. A transição de carreira, se é que podemos chamar assim, ocorreu naturalmente. As atividades na Academia, de Professorado e como Profissional de TI acabaram me trazendo mais oportunidades na área de Dados. Por exemplo, atuei como Professor em um dos primeiros cursos de Graduação em Ciência de Dados e Inteligência Artificial no Brasil. Minha primeira disciplina como Professor em cursos superiores foi Inteligência Artificial. Não raro eu fui demandado a ministrar disciplinas como Bancos de Dados e afins. Por fim, mesmo nos órgãos de Governo eu tinha contato com projetos que envolviam a Ciência de Dados.
5) E hoje atua como Profissional de Dados no mercado corporativo também?
Sim, para empresas da área financeira, principalmente, atuando como Analista de Dados e Cientista de Dados. Já atuei em consultorias de Ciência e Análise de Dados, inclusive. Também sou Pesquisador na área, para empresa do setor automotivo. Me sinto bem-posicionado profissionalmente, e a carreira ainda promete muito.
6) Você acabou de mencionar que se sente bem-posicionado profissionalmente, mas continua estudando…
Em qualquer área da TI onde você atue vai estudar pelo resto de sua vida. As tecnologias avançam, ferramentas novas surgem, áreas novas de atuação aparecem e se desenvolvem… Então mesmo que eu não estivesse, por exemplo, cursando o meu Doutorado, estaria estudando alguma outra coisa para me manter atualizado. No meu caso, porém, escolhi seguir com Pós-Graduações Stricto Sensu por conta da minha ligação com a Academia. Mas frequentemente preciso estudar itens específicos para melhorar minha atuação como Analista e Cientista de Dados.
7) E qual a área de pesquisa de sua futura Tese?
Computação na Educação. Pesquisa sobre como a Computação pode auxiliar processos educacionais. Sim, sempre uma ligação com Educação.
8) Essa atuação como Educador contribui com sua atuação no mercado corporativo?
Sim, muito. Primeiro porque acabo sempre tendo de estudar e me aprimorar. Então já estou habituado a estudar frequentemente, e como falei antes, a TI nos exige uma vida de estudo constante. Por outro lado, já tive experiência de ser direcionado a ministrar treinamentos, cursos na área de dados. Naturalmente o Educador acaba sendo direcionado a ensinar também no mercado corporativo, ainda mais se detiver um certo conjunto de títulos acadêmicos ou de certificações.
9) Você nos mencionou que fez uma transição de carreira. Mencionou que a carreira na área de Dados vai bem. Que tipo de conhecimentos você recomendaria aos leitores que pretendem ingressar na área de Dados.
Eu começaria por Estatística. Básica, Descritiva, depois deve seguir para conhecimentos mais avançados, como Amostragem, Testes de Hipótese, Regressões, Classificações. Além disso, um bom conhecimento em Bancos de Dados, Linguagem SQL… E por fim, linguagens e ferramentas para Estatística, Análise e Ciência de Dados e Visualização de Dados, como SAS, R, Python, PySpark, Power BI, Qlick Sense, Tableau, etc.
10) Mais alguma indicação, Professor Rodrigo?
A Ciência de Dados atinge muitas áreas e se utiliza de muitas ferramentas e técnicas. Muito provavelmente você precisará ser mais especializado em uma área, como saúde, finanças ou varejo, e muito provavelmente terá de se especializar mais em algumas das ferramentas citadas, ou em algumas técnicas como Algoritmos Preditivos, Regressões e Classificações. Não importa quais as ferramentas e técnicas escolher, sempre estude e se aprofunde o máximo que conseguir. A Ciência de Dados é uma ferramenta de medição e análise fantástica. Mas ainda assim, é apenas uma ferramenta. O que medimos, analisamos e o que fazemos com as descobertas que os dados nos trazem ainda dependem muito da capacidade do Profissional, o ser humano.
Você pode ler a revista online aqui no site ou realizar o download. Para isto basta acessar o menu superior Edição Atual e Anteriores, escolher o ano, rolar a página para encontrar a edição desejada. Clicar no botão Ler Online ou Download.
Ew Sistemas TI.