1) Qual a sua formação?
Eu sou a Cassiane, formada em Informática para Gestão de Negócios pela FATEC SP, pós graduada em Administração pela Uniseb, Inteligência de Negócios e Mídias Digitais pela ESPM, com extensão internacional na Universidade de Coimbra em Transformação digital, Inovação e Marketing, e pós graduanda do curso de Novas Tecnologias, Transformação Digital e Agilidade pela FIA Business School.
Funcionária de carreira do Banco do Brasil há 10 anos, atuo na área de Governo com Inovação e Governo Digital.
2) Pra você, o que se requer para ser um Product Owner – PO?
Antes de tudo, pra mim o Product Owner – PO é aquele que possui o empreendedorismo em seu DNA, é um inovador de coração, que possui o senso de dono e entende o que é gerar valor para o seu target e para a sua organização.
É aquele está disposto a defender e lutar pelo backlog do seu produto, blindando o máximo possível o seu time de desenvolvimento.
As atribuições delegadas a um PO dependem muito do tamanho da organização e de sua estrutura interna, mas de forma prática, um PO precisa demonstrar conhecimentos em metodologias ágeis, experiência de usuário, e claro habilidade em gestão de produto, conhecendo os diferentes estágios do ciclo de vida de um produto (desenvolvimento, introdução, crescimento, maturidade e declínio), e entendendo principalmente que cada estágio pode requerer diferentes estratégias para que se crie valor ao cliente.
3) Na sua opinião, quais são as habilidades necessárias para um PO?
Além de conhecimentos em metodologias ágeis, o PO deve ser comprometido com o seu time, ter uma boa visão de cenário mercadológico em que o seu produto está inserido, ter um bom relacionamento interpessoal, e ser um excelente comunicador. O PO é aquele que possui a habilidade de se relacionar e entender a necessidade do cliente comunicando-a com clareza ao seu time de desenvolvimento, sabendo que disso, depende o sucesso do projeto.
Ele deve traduzir as necessidades em tarefas transparentes e que sejam de conhecimento de todos os envolvidos, ele deve revelar ao time os objetivos de cada entrega, demonstrando o valor do que se pretende entregar.
Além disso, requer também que o PO tenha um perfil decisório, a ele compete a responsabilidade de priorizar o que será desenvolvido pelo time e entregue ao cliente, delegando funções e prioridade com foco em otimizar o trabalho.
4) Como é atuar como PO em uma empresa centenária?
É desafiador ser a “dona” de um backlog de uma empresa do porte do Banco do Brasil, uma Organização cheia de brasilidade e de espírito público, mas é também um grande presente.
Eu sou uma pessoa movida por propósito, e nas minhas atuações, eu sempre encontrei sentido em tudo o que fiz e entreguei, sempre tive a motivação de iniciar o dia sabendo que poderia fazer a diferença na vida de alguém, com a consciência de que todo o meu trabalho realmente importa, e que a minha posição me proporciona muito mais do que entregar demandas e projetos, ela pode tocar e transformar a vida das pessoas.
Os entraves corporativos existem, fazem parte da cultura da organização e são necessários para garantir aspectos que transcendem a atuação de um determinado produto, contudo, cabe ao PO a habilidade de atendê-los dentro do ciclo de vida e estratégia do produto. Cabe mencionar aqui, mais uma habilidade que se requer de um PO, a de negociação. Nem sempre haverá concordância entre os pontos de vistas e aspectos do produto entre todos os envolvidos, inclusive intervenientes externos ao processo, e espera-se que o PO seja o responsável por analisa-los de forma a propor e negociar uma resolução e/ou definição. Deve ficar claro, que a boa negociação não é aquela que apresenta maior vantagem para alguma parte, mas sim, a que entrega a melhor opção ao produto.
5) Qual foi o maior desafio em toda a sua atuação?
Certamente empreender dentro de uma Organização centenária.
Tudo começou no final de 2019, estava elaborando o meu trabalho de conclusão de curso de MBA da ESPM quando me deparei com a necessidade de aplicar um case, um novo modelo de negócios a uma empresa real.
Na mesma ocasião, conheci dores e necessidades de um determinado target atendido pela empresa em que trabalho e tive um insight de uma nova ideia de negócio. Engano meu achar que a etapa mais difícil estaria na elaboração do TCC.
Fiz uma grande imersão de mercado, modelos de negócios e passei a estruturar hipóteses oportunidades que precisariam de validações rápidas e assertivas, com o intuito de encontrar o encaixe entre o problema detectado para aquele mercado e a possibilidade de uma solução a ser oferecida pela empresa em que trabalho.
Foi um caminho repleto de desafios e oportunidades, a Organização comprou a ideia e resolveu conceder o patrocínio. Estamos hoje em um processo de prova de conceito da solução em ambiente de produção, com vistas a preparar a abertura integral de mercado.
6) Pra você, qual é a importância de alinhar os objetivos de negócio a Tecnologia?
Sem dúvida alguma otimizar os recursos de TI, utilizando-os de forma eficiente.
Sou uma grande defensora da tese que eficiência de recursos de TI alinhada aos objetivos de negócio resultam em competitividade de mercado e elevação do desempenho financeiro da organização.
Contudo, na prática é muito complexo alinhar os objetivos de negócios a TI, disso depende diversos fatores, mas sob o meu ponto de vista, o mais importante é espelhar este alinhamento aos objetivos estratégicos da organização, eles precisam estar voltados e esta finalidade, uma vez que envolve cultura organizacional, objetivos de médio e longo prazo, priorizações estratégicas, comportamento empresarial etc, é necessário promover estrategicamente uma sincronia entre o negócio e a TI, estabelecendo um objetivo comum a ser atingido.

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Ew Sistemas TI.