O QUE É STATIK ?

STATIK é um acrônimo para ‘System Thinking Approach To Introduce Kanban’.
Trata-se da adoção de uma visão sistêmica, e não modularizada, para análise e entendimento de um serviço que será alvo da implantação do método Kanban.
Ele é um método que te dá a base para que você olhe para o seu produto/serviço de uma forma sistêmica e identifique quais serão os primeiros passos que você poderá dar com o método Kanban para começar a resolver as insatisfações existentes.
Consistem umama abordagem investigativa. Ele não é um modelo prescritivo, então não precisa ser realizado na forma sequential.

QUAL FERRAMENTA USAR?
O Canvas é gráfico visual que auxilia na analise e alinhar as etapas do Statik.

QUAIS AS ETAPAS DO STATIK?
O STATIK, é basicamente uma abordagem estruturada que auxilia no entendimento de “onde estamos” ou “como estamos” e “como podemos começar ou melhorar” utilizando Kanban. A dinâmica é composta de 8 etapas sugeridos por Mike Burrows em seu livro Kanban from the inside que no final se tem mapeado o fluxo de valor e um entendimento melhor do sistema.

Vamos explorar as etapas do Statik, são elas:

1. PROPÓSITO DO PRODUTO/SERVIÇO: Entender o que faz cada serviço ser ajustado ao propósito do cliente. Expectativa e propósito do cliente – Livro “Fit for purpose”, por Alexei Zheglov. O objetivo é garantir que as pessoas envolvidas nas entregas entendam o valor do projetos ou produtos no qual estão trabalhando, sua importância para o cliente e quais objetivos a serem atingidos.
   É o momento onde deve-se definer os critérios de satisfação do cliente e realizar um alinhamento de expectativas.

Algumas perguntas que pode ajudar a mapear o propósito/serviço:
• Qual o propósito do produto/serviço? O que o torna ajustado ao propósito dos clientes? Qual a definição de sucesso do produto/serviço?
• Quem é o nosso cliente? Ajuda a trazer o foco no cliente final.
• Quem são os envolvidos na entrega deste produto/serviço ao cliente final? Isto ajuda a trazer um pouco mais de clareza sobre quem está envolvido.
• Porque essas pessoas existem? O que aconteceria com o nosso cliente se nosso produto/serviço não existisse? Isso ajuda a tangibilizar o impacto. Caso a resposta ainda seja um pouco ampla, você pode aprofundar com a pergunta “Por que?” até ter algo mais tangível.
• Se ainda ficar com algumas lacunas, vale avançar e durante as demais etapas você pode voltar e complementar.

2. FONTES DE INSATISFAÇÃO: Entender a origem das insatisfações do processo atual. Expor, priorizar e agrupar as insatisfações do time, clientes e stakeholders.

INSATISFAÇÕES
INTERNAS	EXTERNAS
Equipe de trabalho	Cliente
Desenvolvedores	Usuários
Product Owner	Pessoas de atendimento
Product Design	Stakeholders externos
Gestores
Stakeholders

Algumas perguntas que pode ajudar a mapear as fontes de insatisfação:
• O que te incomoda hoje quando olhamos para esse produto/serviço?
• O que você sente falta?
• O que você é cobrado e não consegue atender bem?
• Temos alguma dependência que dificulta a execução?

3. ANÁLISE DA DEMANDA: É o momento de entender o que o cliente costuma solicitar e como. Uma boa opção é listar as demandas nas quais o time está trabalhando atualmente e identificar padrões. Os padrões identificados se referem a tipos de demanda que são solicitadas com mais frequência, tempo entre a chegada da demanda em relação ao seu prazo de entrega e etc.

O primeiro passo é identificar os “Tipos de demanda”, nada mais é do que identificar quais são os tipos de trabalho que passam pelo fluxo. Como estes exemplos abaixo:
• Projeto
• Demandas de roadmap de produto
• Demandas legais
• Bugs
• Incidentes
• Débito técnico
• Experimentos
• Demandas de clientes

Algumas perguntas que pode ajudar a análise da demanda:
• Há tarefas ou solicitações que chegam de forma urgente ou sem planejamento algum?
• Tem solicitações ou coisas que chegam e que são urgentes e vocês tem que parar tudo para atender?
• As demandas chegam todas por um único local ou chegam por várias fontes/solicitantes diferentes?

4. ANÁLISE DA CAPACIDADE: Histórico para cada tipo de demanda. O CFD (Cumulative Flow Diagram), por exemplo, visualiza a capacidade de entrega, ferramentas para cálculo de eficiência de fluxo, levantamento de Lead Time e Throughput.

Itens para coletar de cada demanda entregue:
• Identifique os tipos de demanda.
• Identifique quanto tempo cada item demorou para ser entregue.
• Identifique se algo ficou bloqueado e qual foi a causa.
• Identifique se houve sobrecarga de trabalho.
• Identifique como foram tratados as demandas sazonais e se houve sobrecarga ou trabalho com horas extras das pessoas.

5. CLASSES DE SERVIÇO: Classes de serviço são basicamente políticas pré-estabelecidas sobre qual comportamento uma determinada demanda deve seguir ao passar pelas etapas do workflow de acordo com suas características.

URGENTE	Itens que tem que ser entregues o quanto antes, senão teremos (ou já estamos tendo)
PADRÃO	Itens comuns, com os quais lidamos todos os dias, e que não tem nada muito especial quanto à expectativa de entrega a ponto de serem urgentes;
DATA FIXA	Demandas cuja data de entrega não pode ser ultrapassada pois se referem ao aproveitamento de uma oportunidade que só estará disponível até uma determinada data. Também estão inclusas demandas para regulação que, caso não sejam atendidas dentro do prazo estabelecido, podem implicar em danos como multas e etc;
INTANGÍVEIS	Itens sem muita previsão de retorno financeiro ou impacto após entregues, mas que se derem certo podem ser um grande diferencial para a organização.

6. FLUXO DE TRABALHO: Esta etapa é o momento de elencar junto do time quais são os diferentes tipos de demandas que eles atendem, sua prioridade e o Workflow que cada tipo deve seguir.O Workflow em si seriam as etapas do fluxo pelo qual cada demanda passa para que possa ser entregue.

• Como funciona o fluxo das demandas? Desenhe o workflow. Comece simples. Foque em mapear o fluxo atual ao invés de corrigi-lo.

Dicas importantes:
• Não julgue o fluxo e a realidade;
• Neste momento, limite-se a mapear como é o fluxo na realidade;
• Se tiver muitas particularidades, tenha foco nas mais importantes;
• Tipos de demandas diferentes, podem ter fluxos diferente.

7. CADÊNCIAS: Alinhe eventos e cadências.

• Quais são as cadências e ciclos de feedback existentes hoje?

A dica é observar e ficar a atento a variações destas 3 rotinas principais:
• Reunião simples de planejamento e alinhamento para a semana (Replenishment Meeting);
• Reunião diária para acompanhamento do trabalho no quadro Kanban (Kanban Meeting);
• Retrospectiva ao final da semana para avaliar com o time o que foi entregue, o resultados e os pontos de melhoria no fluxo (Service Delivery Review).

8. ROLLOUT — A IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO E CRIAÇÃO DO QUADRO: O Kanban tem os 3 princípios de gestão da mudança que são um guia e nos orientam, neste momento de começar a introduzir a prática eles são ainda mais importantes:
   • Comece com o que você faz hoje: Respeite o processo atual, papéis, títulos e responsabilidades/
   • Concorde em buscar mudanças evolucionárias e incrementais.
   • Liderança em todos os níveis.

REFERÊNCIAS
Palestra — Lucas e Caco sobre o artigo: https://youtu.be/eLGIgCnJ3fA
Post do Lucas Guimares e Caco: https://cleitonmafra.medium.com/o-que-ningu%C3%A9m-te-falou-sobre-statik-dcc91bb7afe6
Post Raphael Batagini: https://medium.com/@raphaelbatagini/o-que-%C3%A9-statik-e-como-aplic%C3%A1-lo-ba78173faa99
Post Linkedin com onde nasceu o Canvas STATIK do Lucas: https://www.linkedin.com/posts/lucas1guimaraes_statik-canvas-activity-6745742871686647808-lHwj
Livro Kanban from the Inside — Part III- Mike Burrows: https://www.amazon.com.br/Kanban-Inside-Understand-connect-introduce-ebook/dp/B00O06GXYM/
Post do David Anderson: https://www.linkedin.com/pulse/statik-systems-thinking-approach-implementing-kanban-david-anderson/
Post do Alexei Zheglov STATIK A3: https://connected-knowledge.com/2018/04/05/time-to-update-the-statik-a3/
Vídeos do Juliano Ribeiro — Entenda o STATIK: https://www.youtube.com/playlist?list=PLFSRMfhp0EOr039oW6V8HK11Bd_elBOmX
Post do H. Javier Castillo S.: https://hjavixcs.medium.com/analyze-the-source-and-nature-of-demand-63724e1f436c
Post do Lula K21: https://k21.global/blog/o-que-e-statik-dicas-aplicar-kanban
Post do Rafael Batagini: https://medium.com/@raphaelbatagini/o-que-%C3%A9-statik-e-como-aplic%C3%A1-lo-ba78173faa99
BAIXE O CANVAS STATIK: http://bit.ly/canvas-statik

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