A fragilidade humana é por vezes avassaladora. Transforma vivências em dores, infelicidades e medos. Os transtornos psicopatológicos, que antes eram vistos por muitos como sendo problemas de alguns poucos, ainda é muito recorrente. Estas fragilidades, em tempos de pandemia, estão a cada dia mais acentuadas, causando um impacto adicional à saúde mental das pessoas, manifestando-se de forma tão perturbadoras que vem deixando a todos preocupados.

Os traumas psicopatológicos com o confinamento obrigatório que estamos vivendo em todo o planeta, e a sensação de impotência gerada, agravada em alguns pela perda do emprego, de familiares que foram levados pelo vírus, entre outras coisas, chegaram a um número maior de indivíduos e de maneira mais rápida que os cuidados e tratamentos necessários, colocariam em colapso os atendimentos em saúde em todas as esferas de poder público instituído. Apesar do avanço tecnológico e científico que tivemos durante os últimos anos, não tivemos nenhum aparato até agora que conseguisse estabilizar ou pelo menos melhorar a saúde mental das pessoas consideravelmente. Com a vinda do coronavírus, que chamo de ‘inimigo invisível’, os casos que afetem a saúde mental explodiram no mundo inteiro, refletindo na sociedade como um todo.

“Um fenômeno é sempre biológico em suas raízes e social em sua extensão final. Mas nós não nos devemos esquecer, também, de que, entre esses dois, ele é mental”. 

Jean Piaget

            Os transtornos psicológicos, outrora muitos o consideravam como “frescura”, “coisa de dondoca”, ou supondo que “é coisa de quem não tem o que fazer”, deixando transparecer na verdade seus preconceitos e falta de informação, atrelada à ignorância e falta de vivência dentro de um problema de difícil explicação, dentre tantas barbaridades que sempre foram associadas a quem sofre com os transtornos mentais e suas dores silenciosas, hoje, de certa maneira, são uma realidade experimentada pela grande maioria, por perceberem se eles mesmo “melancólicos”, ou por terem alguém, em algum grau de convivência, ou mesmo parentesco, que venha experimentando essa dor do sofrimento sem motivo aparente.

            Mas o poder público ainda apresenta um descaso enorme frente ao atendimento no sistema público das pessoas com relação ao sofrimento mental, não possibilitando a todos que precisam o acolhimento e tratamento necessário com os profissionais da área, que são, a cada dia que passa, mais requisitados e necessários para o acolhimento e apoio às pessoas com estes transtornos. No entanto, mesmo havendo um grande contingente de pessoas necessitando de ajuda, esta se torna inviável, do ponto de vista econômico, pois uma grande parte da população brasileira não dispõe de recursos para bancar as consultas, e o tratamento fica sendo deixado pra depois.

            Dentre os transtornos mentais, um dos que mais têm crescido (e olha que são vários), é a DEPRESSÃO.

 Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, a DEPRESSÃO é um transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda de interesse em atividades que normalmente são prazerosas, acompanhadas da incapacidade de realizar atividades diárias, não existe um padrão de tempo para a DEPRESSÃO, tudo dependerá das estratégias usadas para a melhoria do quadro, de como pessoa reage, associada ao tempo que a pessoa espera até procurar ajuda. Este transtorno tende a se agravar sem o devido acompanhamento psicológico, e enveredar para outros estágios mais graves da doença (que podem culminar até em suicídio), necessitando de acolhimento e acompanhamento em estado de emergência para que não se agrave e chegue a este ponto. 

Segundo a OMS, entre 2005 e 2015 cerca de 322 milhões de pessoas no mundo sofreram com este sintoma: DEPRESSÃO. Sendo que no Brasil já mais de 11,5 milhões de pessoas, o que equivale cerca de quase 6% da população, sendo uma a cada 17 pessoas acometidas por esta condição.

Conforme a OMS durante a pandemia a DEPRESSÃO pode ter afetado bilhões de pessoas em todo mundo.

Novamente conforme a OMS a DEPRESSÃO é hoje o mal do século XXI. Segundo Sandra Caselato, colunista do portal uol, em seu artigo do seu blog; a DEPRESSÃO é a pandemia cultural do século XXI. 

“Nós enfrentamos um esgotamento civilizatório e humano: vivemos uma exaustão ambiental em consequência de um modo predatório de lidar com os recursos naturais, vivemos uma exaustão econômica, em função das imensas desigualdades sociais, do desemprego. E, por fim, enfrentamos a exaustão humana que criamos, vivemos o ódio à vida, em forma de depressão, suicídio, terrorismo, feminicídio, racismo.”

                                    Viviane Mosé

Afinal de contas, o que é DEPRESSÃO?

A depressão é um transtorno mental, muitas vezes confundida com ansiedade. Além disso, pessoas com DEPRESSÃO normalmente apresentam vários dos seguintes sintomas: perda de energia; mudanças no apetite; aumento ou redução do sono; ansiedade; perda de concentração; indecisão; inquietude; sensação de que não vale nada, culpa ou desesperança; e pensamentos de suicídio ou de causar danos a si mesma. 

DEPRESSÃO pode afetar qualquer pessoa. Não é um sinal de fraqueza. É um transtorno tratável por meio de psicoterapia, medicamentos antidepressivos ou uma combinação de ambos. A DEPRESSÃO pode afetar qualquer pessoa, inclusive você.

AS VÁRIAS CLASSIFICAÇÕES DA DEPRESSÃO

Os quadros depressivos mais comuns e suas características são:

  • Transtorno depressivo maior (depressão unipolar);
  • Depressão bipolar;
  • Distimia (transtorno depressivo persistente); 
  • Depressão pós-parto;
  • Depressão psicótica;
  • Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM);
  • Transtorno afetivo sazonal
  • Transtorno depressivo induzido por substâncias químicas e ou medicamentos

O QUE VOCÊ PODE FAZER SE SENTIR-SE DEPRIMIDO?

Conversar com seu médico e pedir encaminhamento a um psicólogo e ou psiquiatra dependendo da gravidade da situação, talvez seja necessário ambos. O médico não precisa ser o primeiro profissional a buscar – “procurar ajuda profissional “. Conversar sempre faz bem, não fuja do problema e nem o negue,  o aceite e o limite, converse sobre eles e os seus sentimentos com uma pessoa de confiança, alguém que possa lhe ajudar, e não o critique, ou o condene por estar nesta situação. Apesar de tanta informação, uma grande maioria sabe mesmo é criticar e condenar as pessoas que estão com estado depressivo. Busque ajuda especializada, assim que possível. Lembre-se que, se receber cuidados adequados, você poderá melhorar, continue  realizando as atividades que lhe dão prazer quando estava bem, é fundamental, preserve as suas relações pessoais, continue o contato com sua família e amigos, não deixar de fazer exercícios regularmente, mesmo que seja apenas uma caminhada curta, procure comer e dormir normalmente, aceite o fato de que você talvez tenha DEPRESSÃO e com isso ajuste as suas expectativas. Você talvez não consiga realizar tanto quanto realizava anteriormente. Por isso, não se cobre tanto, evite o consumo de álcool, fumo e drogas ilícitas, pois podem piorar a situação depressiva. Se tiver pensamentos suicidas, contate alguém imediatamente e peça ajuda, lembre que a depressão tem tratamento, se você acreditar que tem DEPRESSÃO, busque ajuda, você pode sair dessa! 

Caso necessite contacte:

 https://www.cvv.org.br/ (CVV-Centro de Valorização da Vida)

Finalizando creio que muito se ganharia se os psicólogos e outros profissionais do campo da saúde mental fossem contratados para trabalhar em escolas, postos de saúde, hospitais, empresas de médio e grande porte, participando efetivamente, já que é sabido que tais transtornos não escolhem vítimas, eles acontecem por vários motivos e incapacitam pessoas. Mas infelizmente o poder público ainda não considera estes transtornos um tratamento de suma importância como deveria ser, e portanto não promovem uma maior expansão e financiamento de politicas de saúde mental no contexto da saúde no Brasil. Já vemos alguns hospitais e algumas escolas com o psicólogo em seu capital humano, disponibilizado para funcionários e em casos de escola, para os alunos, no caso de hospitais, para os pacientes e familiares dos pacientes. Mas em uma grande maioria, apenas na rede privada de escolas e hospitais, alguns poucos hospitais públicos já dispõem. 

Planejamento em saúde mental e políticas de saúde. Nesta área, é preciso estabelecer critérios de normalidade, principalmente no sentido de verificar as demandas assistenciais de determinado grupo populacional, as necessidades de serviços, quais e quantos serviços devem ser colocados à disposição desse grupo, etc. 

                                                                                   Paulo Dalgalarrondo

A falta de valorização do ser humano em âmbito geral é de forma incrivelmente irresponsável, e isso tanto na iniciativa privada quanto na pública, o ser humano passou a ser descartável há algum tempo, e como se fosse uma pedra que entrava com o moto-continuo preciso para o desenvolvimento social, fazendo logo que possível o descarte delas, afinal quem entrava tais coisas, devem ser substituídos para não prejudicar o moto-contínuo, pessoas com qualquer tipo de problema que seja necessário se ausentar de suas atividades são consideradas uma pedra a ser tirada do caminho, o mundo cada dia mais desumano, onde o vil metal é o rolo compressor das minorias.

FONTES & REFERÊNCIAS:

Dalgalarrondo, Paulo; Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais 2º edição Artmed (2008)

Caselato, Sandra; (2020) Suicídio e depressão: A pandemia cultural do século XXI; blog “Por um mundo melhor”

(Fonte: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/sandra-caselato/ )

(Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem )

(Fonte: https://d24am.com/ ) 

(Fonte : https://observatorio3setor.org.br/)

Winsley colocou muitas palavras em negrito. Veja até que ponto seria necessário, ok?! Eu não colocaria. Tudo bem que o texto em questão trata sobre “Depressão”, mas não vejo necessidade de colocar em negritoe CAIXA ALTA. Veja aí como vc quer.

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