E o ano de 2022 já começou! No artigo da edição do mês de janeiro fizemos um convite ao estabelecimento de metas e objetivos factíveis para este ano.
O propósito da coluna é este, levar à reflexão daquilo que podemos aprender, desaprender ou reaprender.
Neste mês vamos refletir sobre alguns conceitos que têm sido amplamente divulgados, particularmente, nas atividades de coaching, autoajuda e técnicas de desenvolvimento pessoal ou de programação neurolinguística.
Estes conceitos estão na tríade: fragilidade, resiliência (robustez) e antifragilidade.
A abordagem de identificar como esses conceitos estão bem próximos de nós foi feita pelo autor libanês Nassim Nicholas Taleb, em 2012, apresentados no livro “Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos”.
Taleb chama de “antifrágil” a categoria de coisas ou eventos que não apenas ganham com o caos, mas precisam dele para sobreviver e florescer.
O mundo vive momentos de mudanças extraordinárias: pandemia pelo 3º ano seguido, incertezas econômicas globais (inflação, desemprego), pressões sociais e problemas ambientais são alguns deles que rondam muitos países.
A vida moderna parece ser confusa e, aparentemente, cada vez é mais confusa.
Podemos nos posicionar para ganhar com esses distúrbios?
É possível não apenas superar as dificuldades, mas também ficarmos mais fortes?
Sim. E, por isso, os conceitos de Taleb caem como uma luva nestes tempos difíceis.
Esta é uma das razões deles terem sido explorados como formas de respostas nestes momentos difusos e ambíguos.
Como prosperar e construir algo melhor diante do caos?
Como sobreviver diante de tantas incertezas?
Os conceitos descritos por Taleb são:
Fragilidade
Itens frágeis quebram sob estresse. Reconhecemos o significado da etiqueta “Frágil – manuseie com cuidado”, em alguns objetos. Sim, as coisas frágeis quebram quando não são manipuladas com cuidado.
Resiliência ou robustez
A resiliência é a capacidade de conseguir responder adequadamente e sobreviver diante de um problema ou situação difícil. É a habilidade para “aguentar o tranco” e, mesmo com os impactos, consegue voltar ao normal ou ao ponto inicial.
Antifragilidade
A antifragilidade funciona como uma “capacidade extra”, construída quando submetida ao estresse, à incerteza e às mudanças implacáveis. A antifragilidade se beneficia desses choques e prospera em ambientes voláteis.

Como entender a aplicação desses conceitos na vida pessoal e profissional?
Desenvolvendo uma nova mentalidade (mindset)…
Uma mentalidade antifrágil!
Os itens frágeis quebram sob estresse. Já os itens antifrágeis melhoram com isso.
O desenvolvimento pessoal ao longo da vida humana é um exemplo interessante. O ser humano nasce completamente frágil e os sistemas de corpo funcionam em busca das respostas necessárias ao crescimento e à superação de todas as dificuldades.
Para que um sistema antifrágil funcione, suas partes individuais devem ser frágeis, porque o sucesso e o fracasso dessas partes servem como feedback importante para o sistema como um todo e permitem que ele melhore, mesmo em circunstâncias caóticas e o corpo crie as redundâncias necessárias para se preparar visando a futuras situações extremas e de emergência.
A antifragilidade vai além da resiliência ou da robustez. O resiliente resiste aos choques e permanece o mesmo. Já o antifrágil, fica melhor.
Agora que temos esses conhecimentos, o que devemos fazer com ele? Como podemos desenvolver uma mentalidade antifrágil!
1.Vá contra o padrão.
O primeiro passo para desenvolver uma mentalidade antifrágil é ir contra o padrão.
Tornar-se muito dependente de regras e rotinas torna muito mais difícil prosperar quando as coisas se tornam caóticas. Algumas regras simples são boas, mas a burocracia raramente ajuda alguém.
Seja flexível se você pretende se tornar antifrágil.
2. Adote pesos e contrapesos.
Uma mentalidade antifrágil também significa criar espaço para falhas, mas não permitir que nenhuma falha seja catastrófica.
Em nossas vidas pessoais, isso significa que, quando estamos trabalhando em direção a um objetivo, devemos ter um plano de contingência.
Se por qualquer razão o objetivo não puder ser alcançado, isso não é razão para “jogar a toalha”.
Pelo contrário, é hora de revisar os objetivos e avaliar os “pesos e contrapesos”. Daí prosseguimos, passando para a próxima etapa do fluxograma mental.
3. Não seja um maníaco por controle.
Não nos tornaremos antifrágeis se nunca permitirmos que aconteça algo que não orquestramos ou controlamos.
A ideia de ser antifrágil é tratar tudo como um experimento.
Assuma muitos pequenos riscos que não o eliminarão se falharem, mas o forçarão a crescer.
4. Construa a força de dentro.
Para nos tornarmos antifrágeis, devemos construir uma força de dentro para fora. Precisamos criar nossas próprias redes de segurança, por meio de mecanismos de enfrentamento saudáveis. Podem ser atividades como a meditação, exercícios físicos, manter um diário etc.
Ao não depender de coisas externas para nos ajudar a lidar, na verdade construímos a força que já criamos.
5. Adote a redundância para criar uma mentalidade antifrágil.
As coisas antifrágeis não são apenas sobre eficiência. Eles realmente criam condições para a redundância existir. A redundância aumenta a força.
6. Faça mais com menos. Pratique o minimalismo.
Taleb afirma que “o primeiro passo para a antifragilidade consiste em primeiro diminuir a desvantagem”.
A sociedade do século XXI tem à sua disposição muitos recursos para adicionar e melhorar nossas vidas, tornando as coisas mais fáceis, mais rápidas, com a finalidade de nos ajudar e nos tornar mais fortes. Porém, isso raramente funciona.
A chave para uma vida melhor, para se tornar antifrágil é ver e reconhecer o que pode ser eliminado da sua vida.
7. Diversifique suas habilidades.
Em vez de tentar ser o melhor em uma coisa, seja realmente bom em muitas coisas diferentes, ou excelente em uma coisa e proficiente em uma coleção de outras coisas.
8. Conhece-te a ti mesmo, como propunha o filósofo Sócrates.
Busque conhecer e aceitar a si próprio. Trabalhe, suas peculiaridades, seus pontos fortes e as deficiências.
Concluindo…
Uma vida antifrágil não é igual para todo mundo.
O que é antifrágil para uma pessoa pode ser frágil para outra, e o que é fácil para uma pessoa pode ser impossível para outra.
Para construir sua própria vida antifrágil, preste atenção ao seu perfil de risco e sua tolerância aos riscos. Faça os ajustes onde identificar as fragilidades.
Então, está disposto a tornar sua vida antifrágil em 2022?

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